FEIA: FESTIVAL DO INSTITUTO DE ARTES
O FEstival do Instituto de Artes nasceu na Unicamp, em Barão Geraldo, Campinas, São Paulo, Brasil, América Latina, na virada do milênio por iniciativa de estudantes de diferentes cursos da UNICAMP. Ao longo desses vinte e um anos de trajetória, o festival vem construindo espaços de valorização e difusão das artes através da autonomia e organização estudantil, reconstruindo artística, política e afetivamente o espaço da universidade. Essa organização autônoma se dá por uma equipe rotativa, que se renova a cada ano e permite que estejamos sempre dialogando com as demandas e urgências do agora.
Pegamos nossas ferramentas e construímos com nossos braços e afetos a materialização daquilo que acreditamos: um espaço de troca de experiências, olhares, saberes, referências, linguagens, trabalhos, abraços e de tudo que couber. A materialização disso se estrutura em uma programação inteiramente gratuita que passa por linguagens artísticas diversas, como dança, música, teatro, performance, artes visuais, audiovisual, multimídia, circo, fotografia e mais; tudo isso voltado para todos os públicos (restrito apenas em casos de classificação etária).
O FEIA 21 acontecerá inteiramente online do dia 22 de novembro a 20 de dezembro. Escolhemos não promover eventos presenciais a fim de evitar a propagação do vírus covid-19. Entendemos esse momento como um período de voltar para si e embarcar em novas jornadas. Propomos autorreflexões neste tempo dilatado, movimentado as relações e sentimentos que nos acompanham. E pensando nessas demandas coletivas que temos agora, decidimos priorizar ações formativas na programação do festival.
A programação do FEIA 21 irá contar com encontros pedagógicos com artistas e/ou pesquisadoras convidades de diferentes lugares do Brasil a fim de movimentar saberes e furar fronteiras, e também encontros pedagógicos inscritos no edital e selecionados pela curadoria. O encerramento do festival será uma transmissão ao vivo de uma apresentação musical.
Em território virtual as fronteiras se dissolvem e circulamos pelo espaço web de forma rápida e ágil, podendo nos relacionar com pessoas que estão distantes fisicamente. Queremos usar as potências dessa desterritorialização a favor da difusão e alcance da produção cultural emergente em Campinas.
Para o FEIA 21 focamos na reparação cirúrgica dos corpos e do território, propondo na nossa curadoria um grupo de temas que falem de cuidado, de responsabilidade, de expansão e principalmente de escuta.
Como forma de democratizar o acesso à arte, além da gratuidade da programação, a produção do FEIA busca acessibilizar suas ações através da audiodescrição para se aproximar do público cego, de baixa visão, idosos e pessoas com transtorno do espectro autista e a LIBRAS para pessoas surdas e sinalizantes, para que elas possam construir conosco um debate artístico a partir de suas vivências.
Frente a este frágil momento enfrentado pela cultura em nosso país, o Festival percebe seu lugar no mundo e entende que não pode parar. Devemos, mais do que nunca, proporcionar movimento, troca, fluxo e encontro, assim como o FEIA vem fazendo ininterruptamente há mais de duas décadas.
¡Há 21 anos sendo FEIA!
Ministrante: Isadora Ifanger
Data: 26 de Novembro
Horário: 10h00 às 12h00
Audiodescrição - Traduzindo visualidades em palavras
A audiodescrição é uma prática que torna acessível materiais à pessoas com deficiência visual. Nesse encontro iremos experienciar possibilidades que essa prática traz às variadas vertentes das arte, além de formas para praticá-la em nossos meios pessoais a partir das diretrizes básicas para realização deste trabalho.
Público alvo: Toda e qualquer pessoa interessada em acessibilizar seus materiais, sejam pessoais ou de trabalho.
Ministrante: Luana Fonseca Cristini
Datas: 01, 04 e 07 de Dezembro
Horário: 14h00 às 16h00
Avelhantemo-nos!
Avelhantemo-nos! Porque a velhice chega um dia para todos. E o que é ser velho hoje? O que vai ser a velhice quando nós mesmos formos os velhos? Será que vamos ser a vovozinha do tricô ou o vovô resmungão?
Avelhantemo-nos é uma oficina de escrita criativa temática que convida a todos os interessados em narrativas para discutir a cerca das representações da velhice no passado e no presente e repensar para futuro, por meio da produção de um conto.
Público alvo: Jovens e adultos.
Ministrante: Marina Afares
Datas: 23 e 30 de Novembro
Horário: 10h30 às 12h00
Canto Yin-corporado
A ação formativa tem como objetivo ativar a escuta ativa interna e externa de cada participante e abolir a ideia de esforço vocal. Iremos ampliar nossa fonação através do mapeamento lúdico anatômico, consciência respiratória em movimento, auto massagem, saúde e técnica vocal e cantos originários do Brasil e do mundo.
Público alvo: Pessoas de todas as idades interessadas em aprender ou aperfeiçoar o canto.
Ministrante: Rosângela Alves (Zona AGBARA)
Datas: 01, 02 e 03 de Dezembro
Horário: 10h00 às 12h00
CORPOS DESOBEDIENTES: Ensaios sobre o corpo gordo, feminino e marginal
A proposta é trocamos as nossas dores e angústias que se estendem além do emocional, a gordura que nos molda para compor esse corpo monstro. A produtividade não é mais pauta e queremos falar de auto amor, de práticas nossas e individuais para burlar as ofensas advindas de uma conectividade agressiva e quase imoral, potencializando a nossa desobediência, que se fundamenta na resistência que nos preservam vivas e nos engajam no processo radical de transformação pessoal e social diante de todo o sistema balançando assim as redes e conexões.
Público alvo: Corpos gordos, artistas e estudantes no geral.
Ministrante: Gal Martins
Datas: 09 e 10 Dezembro
Horário: 18h00 às 22h00
Corpos Marginais: A indignação como potência de criação
A proposta refere-se a realização de um curso virtual teórico e prático de Dramaturgia em Dança a partir dos parâmetros do conceito e metodologia criado por Gal Martins, idealizadora e diretora da Cia Sansacroma – SP chamada de A Dança da Indignação. Trata-se de uma linguagem estética em dança que pretende reverberar indignações coletivas, numa abordagem poética e política que traz signos e elementos singulares na intersecção entre arte e vida, vida e arte. Indignação, do latim indignatĭo, é uma forte revolta contra uma pessoa ou contra as suas ações. Este afeto pode se asso- ciar à ira, à irritabilidade ou à fúria.
Público alvo: Estudantes, artistas da dança e simpatizantes.
Ministrante: Ana Carolina Bezerra Teixeira
Data: 25 de Novembro
Horário: 14h00 às 16h00
DEFICIÊNCIA ENTRE ESTÉTICAS E DISSIDÊNCIAS
Trata-se de uma comunicação teórico-poética, que pretende: a criação de espaços de troca, intercâmbio e produção de saberes sobre as Artes e suas relações com o fenômeno da Deficiência e as novas estéticas que se revelam a partir do fazer-pensar-desistir na arte de nosso tempo, enquanto potente geradora de produção de conhecimentos para terrenos artísticos mais acessíveis e menos demarcatórios.
Público alvo: Professores, estudantes, pesquisadores.
Ministrante: Camila Almeida
Datas: 10, 11 e 13 de Dezembro
Horário: 10h00 às 11h00
Desbatizar a terra: diálogos entre dança e Ana Mendieta
Esta é uma oficina teórico-prática de dança contemporânea cujo foco é construir caminhos para o surgimento de uma dança autoral, atravessada pela relação com a natureza, com os símbolos e signos identitários próprios, com os fluidos internos do corpo e sobretudo, com a terra da qual viemos e à qual retornaremos. Toda a poética deste encontro nasce de um forte diálogo com a obra da artista cubana Ana Mendieta. A oficina será principalmente voltada para a prática (dança contemporânea) mas também consistirá de momentos de compartilhamento teórico sobre a vida e obra da artista em questão.
Público alvo: Qualquer pessoa interessada com idade mínima de 16 anos, não é necessário ter experiência prévia em qualquer linguagem artística.
Ministrante: Ana Luisa Pigatto
Datas: 02 e 09 de Dezembro
Horário: 16h00 às 18h00
Disparadores de emoção livre
A oficina trabalha recursos e técnicas simples ligadas à preparação do trabalho cênico, que permitem ativar nossos estados de presença e criatividade. O trabalho ocorre a partir do corpo e suas sensações, para acessarmos um lugar outro que nos permita reconhecimento de nossas nuances como seres individuais e coletivos. É um trabalho mágico de escuta sutil de nossos desejos, intenções, histórias, segredos e principalmente da livre emoção.
Público alvo: Seres interessados em desenvolver trabalhos criativos e sensíveis, em quaisquer áreas de atuação.
Ministrante: Carlos Canarin
Datas: 23, 27 e 30 de Novembro e 04, 07, 11, 14 e 18 de Dezembro
Horário: 18h00 às 21h00
DRAMATURGIAS DAS ENCRUZILHADAS
O curso Dramaturgias das Encruzilhadas propõe, de forma teórica e prática, a pesquisa sobre a dramaturgia negra no Brasil e a criação dramatúrgica a partir de referenciais negres como Leda Maria Martins, Luiz Rufino, Grace Passô, Aldri Anunciação, Onisajé, entre outras/os/es. Dessa forma, a partir da leitura de textos, debates em grupo e práticas de escrita criativa, criaremos altíssimos abalos sísmicos visando a descolonização pedagógica do teatro brasileiro e do ensino de dramaturgia.
Público alvo: Dramaturgas/os/es, escritoras/es e pessoas em geral interessadas no desenvolvimento da escrita (em especial, na dramaturgia).
Ministrante: Rafa Kennedy
Data: 01 de Dezembro
Horário: 18h00 às 21h00
Fotografia Emergente
A fotografia é uma ferramenta que possibilita grandes construções imagéticas, conectando e reverberando narrativas do agora. A artista Rafa Kennedy convida o público a uma aproximação do seu processo criativo dentro do fotojornalismo e retratos, instigando o olhar sensível na criação de registros, transformando a técnica em memórias afetivas e cura.
Público alvo: Fazedores artísticos.
Ministrante: Bárbara Morais
Datas: 15, 16 e 17 de Dezembro
Horário: 18h00 às 20h00
Habita Teu Corpo
Dividido em três encontros com os nomes, "OlharDOR", "Cura e Prazer" e "Fluir Ciclicidade" a roda de escuta apresenta ferramentas para pensar o autoconhecimento por uma perspectiva dissidente de gênero e de raça. É sobre criar as suas próprias medicinas para cura de um sistema opressor e castrador. Nada é óbvio sobre corpes, e essa é a possibilidade de cada pessoa encontrar as suas respostas individuais ou o caminho para elas, coletivamente.
Público alvo: Pessoas dissidentes de Raça e Gênero.
Ministrante: Coletivo Perséfone (Lara Doswaldo Balaminutti e Lucas Carletto Coelho)
Datas: 01 e 08 de Dezembro
Horário: 18h00 às 21h00
Intervenções cirúrgicas: Memória e Identidade através da colagem
A presente proposta constitui uma breve experiência teórica e prática do estudo da técnica da colagem e fotomontagem. No que tange ao desenvolvimento e criação dos trabalhos pretende-se apresentar estudos relacionados à produções teóricas circunscritas na temática e técnica em questão, para que posteriormente, sejam apresentados algumas produções artísticas, relativas a contemporaneidade, que usam da técnica da colagem e fotomontagem. A partir desse panorama, a ação formativa tem como objetivo propor aos participantes inscritos uma experiência prática a fim de salientar a importância desse estudo e produção artística no atual contexto social e político. Pretende-se colocar os participantes no papel de protagonistas, para que, ao final da ação, seja realizada uma exposição, em uma plataforma online, dos trabalhos resultantes da ação formativa.
Público alvo: Interessados no tema, a partir dos 16 anos.
Ministrante: Helena Agalenéa
Datas: 14, 15, 16, 17 e 18 de Dezembro
Horário: 16h30 às 18h00
Investigação Simbólica com Recorte Transfeminista
Esta ação propõe uma investigação dos principais símbolos astrológicos e suas mais difundidas interpretações. A partir do estudo do Sol, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte e Lilith e suas representações simbólicas em diferentes panteões mitológicos, iremos elaborar novas formas de interpretação simbólica, que traduzam esses arquétipos de forma questionadora e fluida, trabalhando o princípio de oposição e complementariedade de maneira não binarista e nem vinculada a ideia de gênero. Ou seja, sem impor ao arquétipo lunar que seja decididamente "feminino" e portanto "maternal" (o que podemos ler enquanto uma imposição ao gênero feminino que seja "naturalmente" acolhedor, dócil e voltado para "a prole" e para o outro), ou ao arquétipo de Marte que seja necessariamente violento, decidido e, portanto, masculino; como se só as potências vinculadas ao campo semântico do que é entendido enquanto "masculinidade" fossem discutir trabalho, ação, decisão e independência.
Público alvo: Qualquer pessoa interessada em astrologia e mitologia.
Ministrante: Janaina Jara
Data: 05 de Dezembro
Horário: 10h30 às 12h00
Movendo a Pelve em tempos de Pandemia
Em tempos pandêmicos mover o corpo se torna ainda mais necessário, mover a pelve é uma delícia, um exercício que pode ser feito com o Bambolê, instrumento lúdico, mas não só, a oficina visa descobrir movimentações pélvicas possíveis em tempos de pandemia. Venham todes!
Público alvo: Para todes os corpos que queiram mover a região pélvica e o corpo como um todo nesses tempos de pandemia, entendendo que a movimentação e circulação de nossos corpos promove saúde mental e física, além de soltura da região pélvica.
Ministrante: Isabela Jaha
Data: 24 de Novembro
Horário: 10h00 às 17h00 (Intervalo das 12h00 às 14h00)
Oficina de Arte Postal: circuitos artísticos marginais em tempos de pandemia
A ação apresenta como proposta a construção e produção de obras de arte postal/arte correio, bem como as técnicas que circundam esta forma de linguagem artística, com o intuito de promover uma nova possibilidade artística através de uma visão onde o isolamento social persiste. A arte postal, enquanto linguagem e circuito marginal das artes visuais, é uma potencialidade em como podemos entender e produzir novos meios nas artes, assim como podemos criar de forma coletiva e participativa uma obra de arte ou circuito em conjunto.
Público alvo: Artistas e qualquer pessoa acima de 12 anos interessada em compor um novo circuito de arte postal, e/ou interessada em conhecer a história da arte postal.
Ministrante: Mel Baba
Datas: 14 a 18 de Dezembro
Horário: Das 10h às 12h
PRÁTICAS PARA UMA DANÇA TRIDIMENSIONAL
Em tempos como esse, precisamos, mais do que nunca, de corpos conscientes de si. E sabendo que o mundo já não é e nem poderá voltar a ser o mesmo depois do ano histórico de 2020, eu convido a TODES interessades, que podem ou não já ter tido experiências com aulas de dança, a vivenciar CINCO MERGULHOS DANÇANTES DIFERENTES, a fim fortalecer nosses corpes para os diversos processos metamórficos que devem acontecer de dentro para fora de nós mesmes.
Para além de suar o corpo e liberar endorfina com muito amor e tesão por dançar, o intuito também é instigar o despertar de nossos processos de autoconhecimento a partir da dança, para refletirmos sobre como criar relações sinceras para/com nós mesmes e então, criar relações responsáveis para/com o que é externo a nós, a tal da “sociedade”. Parece complexo, e é um pouco, mas deve começar em algum lugar, em algum corpo, em alguma corpa.
Público alvo: Adolescentes, jovens e adultos.
Ministrante: Rafaela Minozzi
Datas: 25 de Novembro e 02, 09 e 16 de Dezembro
Horário: 19h30 às 20h30
práticas para vitalidade
Aulas-encontros que trabalham a percepção sensível do corpo, a respiração e fluxos de movimento, nos convidando a reservar um tempo para arejar e cuidar de si, a partir da vivência e estudos da yoga restaurativa e vinyasa flow, educação somática e massagens terapêuticas, assim como pilates e a fisioterapia.
Composta por exercícios respiratórios, meditação, silêncio, movimentos fluídos de alongamento e flexibilidade, força, equilíbrio, liberação miofascial e automassagem
Para melhorar a postura, tonificar a musculatura, aliviar dores, proporcionar aumento da concentração, melhora do sono e redução da ansiedade.
Público alvo: Pessoas que nunca acessaram uma prática corporal, com preferência a proporcionar esses encontros para pessoas que não estejam em outras oficinas de corpo e/ou que não tenham possibilidade de financiar nesse momento da pandemia alguma atividade de autocuidado.